RESENHA - Cidades de Papel (John Green, Editora Intrínseca)
A história é sobre Quentin, um garoto em seu último ano de escola, que é apaixonado por sua vizinha e, em sua opinião, o seu milagre: Margo Roth Spielgelman, a garota mais amada da escola. Eles se conhecem desde os dois anos de idade, e sempre foram amigos. Um dia, aos dez anos, os dois encontram um cara morto em um parque, quando estavam andando de bicicleta. Margo concluiu que os fios dele tinham se arrebentado, e isso fica na cabeça de Q. Com o tempo, cada um segue um caminho diferente, mas os dois lembram daquele homem.
Anos depois, em um noite, Margo aparece na janela de Q o convidando para uma aventura, e ele aceita. Os dois invadem o Sea World, deixam três bacalhaus de presente para alguns amigos de Margo, visitam o SunTrust e depilam a sobrancelha de Chuck. No SunTrust, os dois conseguem enxergar quase toda a cidade de papel que é Orlando. Quando chega em casa, Q percebe que aquela foi a melhor noite de sua vida.
Porém, tudo muda quando Margo some no dia seguinte. Não é a primeira vez, e ela sempre deixa dicas de onde foi para alguém, seja na sopa de letrinhas ou em um comentário anônimo na internet. Depois de uns dias, o sumiço já está muito longo e todos ficam preocupados, e Q resolve investigar o paradeiro de Margo.
No meio de investigações, cidades de papel e locais abandonados, o livro tem um ritmo tranquilo e conquistador, típico do Green. A história conquista quem a lê o nós, leitores, começamos a investigar o sumiço de Margo junto à Q. As dicas levam à vários lugares, porém apenas um é o certo. Q tem certeza de onde Margo está quando vê um comentário online do jeito que apenas ela escrevia, e mesmo que esse lugar talvez nem existisse, ele vai atrás dela com Lacey, Ben e Radar.
A escrita de John é leve e fácil, e em nenhum momento o leitor fica entediado. Sem largar o livro nos últimos dois dias, achei o final meio previsível, porém a estrada até ele é interessante e a melhor parte
A pesquisa do John para escrever esse livro deve ter sido cansativa e longa, e mais uma vez ele mostrou ser um autor talentoso e dedicado, que se importa com todos os detalhes. Cidades de papel tem romance, aventura, festas e papais noéis negros e tudo isso se encaixa perfeitamente, formando uma ótima história.
O livro mostrou como as pessoas são apenas… pessoas. E devemos olha-las como uma janela, não um espelho. É um livro bastante reflexivo, que nos faz pensar sobre a vida e sobre o que as pessoas significam para nós, e também sobre como botamos algumas delas num pedestal e esquecemos que elas são seres humanos como qualquer um. E o que eu mais amo na escrita do John Green, é o fato dele conseguir criar um livro com tudo isso de uma forma que é divertida e atraente, sem ficar tedioso e de uma maneira que consegue nos segurar até o final da história.
Fonte: http://sobresagas.com/resenha-cidades-de-papel-john-green/
Marketing para seu livro
O blog existe para ajudar você, caro autor a planejar estratégias para que seu livro alcance o coração dos leitores. E para você caro leitor, aprender a cuidar de seus preciosos livros.
segunda-feira, 16 de junho de 2014
MANDAMENTOS DO BIBLIÓFILO
1- O livro é o melhor amigo do homem.
2- Embora diferente de nós, possuem um corpo e uma alma.
3- Livros manuseados não pegam mofo nem traças.
4- Se lhe dermos atenção, como a um amigo, iremos sonhar juntos, aprender e crescer.
5- Os que lêem, portanto, vivem mais, com mais qualidade de vida.
6-´Se um amigo é um tesouro´, conservar os livros é o melhor investimento, material e espiritual.
Cuidado com os livros
Armazenagem:
Dispor os objetos em local afastado das paredes, ordenados verticalmente, sem acúmulo excessivo.
Temperatura:
A temperatura aconselhada é de 22 graus C
Temperatura excessiva faz com que as fibras de celulose percam as suas propriedades: Elasticidade, Flexibilidade e Resistência
Umidade:
A umidade relativa não deve ultrapassar 60%
Os documentos devem ficar afastados de encanamentos ou caixas de água
É interessante manter o ambiente dos depósitos de documentos com circulação de ar permanente
Luz:
Iluminação ambiental de 50 watts é a correta
Evitar incidência perpendicular de luz sobre o documento
A luz artificial mais utilizada é a fluorescente
Não utilizar luz ultravioleta
Agentes degradantes:
Cupins, traças e roedores
O Homem:
Destruição por fanatismo religioso ou político
Roubos e Falsificações
Reciclagem
Restauração e conservação sem conhecimento técnico
Fogo:
As prateleiras e o mobiliário complementar não devem ser inflamáveis
Fósforos, isqueiros, velas, lamparinas, cigarros devem ser evitados no ambiente.
Fonte: USP
Fósforos, isqueiros, velas, lamparinas, cigarros devem ser evitados no ambiente.
Fonte: USP
Se julga o livro pela capa sim!
- Por Thayssa Maria Vasconcelos Amaral - estudante de Design Gráfico
"Nunca julgue um livro pela capa".
"Nunca julgue um livro pela capa".
É uma frase bem conhecida, usada muitas vezes quando alguém tem uma má
primeira impressão sobre uma pessoa. Contudo, apesar da frase, uma capa faz
toda a diferença na hora de escolher um livro.
Imagine que está em uma livraria, sem ter algum livro especifico em sua
mente. Você está apenas buscando algo para ler. O que você avalia primeiro:
Obviamente, a capa e o titulo. Se estiver te chamarem a atenção, somente então
você busca saber mais do livro, lendo a sinopse ou abrindo em alguma página.
Por mais que seja extremamente importante o livro ser bom em conteúdo, aquele
capaz de fazer com que o leitor entre pelas páginas e sinta-se como fizesse parte
do livro, não adiantaria nada se este mesmo livro não atraísse olhares para
ele. Como comprar um livro se o mesmo não lhe inspira a vontade de ser
comprado?
Segue aqui dois problemas encontrados em livros:
Poluição visual: Muitas imagens em um único e pequeno espaço gera conflito de informação. Ou seja, coloca-se muito e não entende-se nada.
Imagens mal escolhidas: Muitas vezes as capas dos livros não tem nada haver com o tema ou muitas vezes acabam podendo ser, como no caso de um dos exemplos, mal interprertadas. Outras vezes contém horriveis montagens.
E aqui vão algumas maneiras de fazer uma boa capa de livro:
Contraste: A dualidade nas cores é um ponto chave para atrair nossa atenção. O confronto, na mesma imagem, entre cores quentes e frias ou luzes e sombras, é um convite para nossos olhos. É comum vermos o elemento principal da capa destacado, como nos livros da série “Crepúsculo”, de Stephenie Meyer. Ou vice versa, porém não menos chamativa, como o guarda-chuva da capa de “A Menina que Roubava Livros”, de Markus Zusak.
Subtítulos ou provocações: Subtítulos são uma boa forma de atrair os leitores para o livro, pois eles dão mais informações sobre o que vão ler, especialmente quando vêm em perguntas que instigam a curiosidade, como no romance “A Bandeja: Qual Pecado te Seduz?”, da autora Lycia Barros. Sempre vemos também, além do título, uma frase, uma pergunta, que nos leva a pegar aquele livro e ler a sua sinopse, como o romance erótico “Irresistível”, de Silvia Day, que junto do título tem os dizeres “Por sete anos ela ficou obcecada por ele. E cada minuto valeu a pena...”
Simplicidade: Uma capa não precisa e não pode contar tudo que irá se passar no livro. Se fosse o caso, não seria necessária a história, a capa já seria o suficiente. Então, se a história é cheia de detalhes, sub-tramas e personagens e há dúvidas sobre o que colocar na capa, a melhor solução é optar pela simplicidade. Algo que simbolize e que seja importante dentro da história. Mesmo que o tal símbolo, fora de contexto, não tenha o mesmo significado atribuído na história. Bons exemplos são as capas de Rei Arthur e Jogos Vorazes.
Dica: Algo também muito útil é usar a Psicologia das cores. Elas influenciam diretamente as pessoas. Dê uma olhada no site http://viverdeblog.com/psicologia-das-cores/ .Ele contêm algumas pesquisas interessantes além do resultado do estudo das cores sobre nós.
Contraste: A dualidade nas cores é um ponto chave para atrair nossa atenção. O confronto, na mesma imagem, entre cores quentes e frias ou luzes e sombras, é um convite para nossos olhos. É comum vermos o elemento principal da capa destacado, como nos livros da série “Crepúsculo”, de Stephenie Meyer. Ou vice versa, porém não menos chamativa, como o guarda-chuva da capa de “A Menina que Roubava Livros”, de Markus Zusak.
Subtítulos ou provocações: Subtítulos são uma boa forma de atrair os leitores para o livro, pois eles dão mais informações sobre o que vão ler, especialmente quando vêm em perguntas que instigam a curiosidade, como no romance “A Bandeja: Qual Pecado te Seduz?”, da autora Lycia Barros. Sempre vemos também, além do título, uma frase, uma pergunta, que nos leva a pegar aquele livro e ler a sua sinopse, como o romance erótico “Irresistível”, de Silvia Day, que junto do título tem os dizeres “Por sete anos ela ficou obcecada por ele. E cada minuto valeu a pena...”
Simplicidade: Uma capa não precisa e não pode contar tudo que irá se passar no livro. Se fosse o caso, não seria necessária a história, a capa já seria o suficiente. Então, se a história é cheia de detalhes, sub-tramas e personagens e há dúvidas sobre o que colocar na capa, a melhor solução é optar pela simplicidade. Algo que simbolize e que seja importante dentro da história. Mesmo que o tal símbolo, fora de contexto, não tenha o mesmo significado atribuído na história. Bons exemplos são as capas de Rei Arthur e Jogos Vorazes.
Dica: Algo também muito útil é usar a Psicologia das cores. Elas influenciam diretamente as pessoas. Dê uma olhada no site http://viverdeblog.com/psicologia-das-cores/ .Ele contêm algumas pesquisas interessantes além do resultado do estudo das cores sobre nós.
domingo, 15 de junho de 2014
Livros que viraram filmes
Existem várias formas
de se alavancar a visibilidade de um livro, seja por um programa de televisão
como no caso do livro “Casamento blindado” escrito por Renato e Cristiane Cardoso
que após fazerem sucesso com seu programa semanal Love School: Escola do amor,
na TV Record lançou um livro que também virou sucesso em vendas, seja por
anúncios em veículos de comunicação de sucesso, ou pelo lançamento de um filme
que narre à história do livro, que ultimamente tem dado bastante certo
principalmente entre os jovens.
Após
esse fenômeno, veio o aparecimento dos filmes da Saga Crepúsculo que divididos
em quatro livros escritos por Stephanie Meyer, contam a história de um
triângulo amoroso entre uma humana, um vampiro e um lobo e que rendeu mais 160
milhões de exemplares vendidos e traduzidos para mais de 37 países ao redor do
mundo.
A última
novidade do mundo literário que virou filme é a história de amor contada em “A
culpa é da estrelas”. O livro que já era um sucesso principalmente entre
meninas de 12 à 19 anos, ganhou recentemente as telonas e vem emocionando não
só adolescentes como pessoas de qualquer gênero e faixa etária. O livro escrito
por John Green conta a história de amor entre dois adolescentes que sofrem com
um câncer. Até o ano passado já haviam sido vendidos mais de 267 mil, mas na primeira semana após o lançamento do filme em 05/06/14 foram
vendidos mais de 30 mil exemplares
e a já ultrapassou a marca de 340 mil livros vendidos.
Como os números revelam,
uma estratégia de marketing que vem alavancando vendas de livros ao redor do
mundo é a conversão das histórias escritas para as telas de cinema pois, além do filme em si, toda a produção e a divulgação que envolve essa dramatização deixa os nomes do livro e do autor em evidência, podendo assim, trazer visibilidade para outras obras escritas por este mesmo autor.
- Escrito por Juliana Souza Pinto, aluna do curso de Design Gráfico (Webdesign) da Universidade Castelo Branco (Campus Realengo).
domingo, 8 de junho de 2014
Vantagem e desvantagem da super exposição de livros
Por Luiz Carlos Amorim - Escritor
Vocês lembram das “paradas
de sucesso” no rádio, na televisão, as listas de discos mais vendidos e
executados em revistas e jornais, anos atrás? Pois é. Alguns discos acabavam
vendendo porque estavam nos primeiros lugares, pela sugestão da mídia, por martelarem
tanto no rádio na TV. A super exposição acabava fazendo com que nos
surpreendêssemos cantando músicas que, de princípio, não gostávamos. Nem sempre
era verdade que o disco era o mais vendido, mas aparecia em boa colocação
(alguém “talvez” pagasse para que ele aparecesse nos primeiros lugares),
justamente para induzir a venda.
Um fenômeno parecido acontece com os livros.
E com os filmes, também.
Tudo o que é
“campeão de bilheteria” nos Estados Unidos passa a ser sucesso também aqui. E
até o que não se deu bem lá fora, com uma boa campanha, faz sucesso aqui, nem
que seja em vídeo.
Numa matéria sobre mercado editorial de um grande jornal, leio que as grandes livrarias cobram pelo destaque que é dado a alguns livros nas prateleiras que se constituem em espaço “nobre” em relação ao leitor que entra nela. A máxima “quem é visto é lembrado” aqui funciona como uma boa ferramenta de marketing, pois quem vai à livraria sem saber de antemão o que vai comprar, vai acatar as dicas que estiverem mais visíveis, com certeza. E os livros acabam vendendo, justificando a despesa da editora que pagou uma taxa à livraria para que o livro ficasse no caminho do leitor.
As editoras pagam taxas, também, para expor títulos seus em lugar de destaque nos sites das livrarias virtuais, pois a venda de livros on-line é uma realidade no Brasil.
Aí emerge a questão da qualidade da obra. Já aconteceu a você, leitor, de comprar um livro influenciado por propaganda, por estar semanas entre os mais vendidos, por estar exposto em lugar privilegiado na livraria que freqüenta e, depois de começar a lê-lo descobrir que ele não é aquela obra prima alardeada aos quatro ventos? Só que então o livro já foi comprado e vai engordar as estatísticas dos mais vendidos.
Isso não é muito raro, pois campanhas caras e eficientes são feitas, principalmente para os livros importados, que já vêm com o material de divulgação atrelado à obra. E um produto bem promovido e com apresentação impecável vende. É claro que o livro não é como um outro produto qualquer, pois você compra apenas um. Se fosse como um produto comum de consumo continuado, compraríamos um e, verificando que por trás da boa aparência não existe qualidade, não compraríamos mais. Mas livro a gente só compra um. Se o conteúdo não for bom, se não conseguirmos lê-lo todo, não há como devolver, ele já estará aumentando a quantidade de exemplares vendidos, aumentando o seu sucesso.
A gente aprende, com o tempo, a procurar saber alguma coisa sobre a obra antes de comprá-la, mas muitos são induzidos a adquirir títulos que farão com que se sintam frustrados, ao lê-los. Há quem compre o livro para ler apenas o prefácio e a orelha, para poder dizer que leu, mas isso é outra história.
Luta-se pela divulgação e distribuição do escritor regional, sem sucesso, enquanto campanhas milionárias, inclusive encarecendo o preço final do livro para o leitor, são feitas para obras que, às vezes, ou vendem-se por si só, porque são boas, ou não merecem todo o aparato em volta delas.
Gostar de ler é, também, saber escolher.
Numa matéria sobre mercado editorial de um grande jornal, leio que as grandes livrarias cobram pelo destaque que é dado a alguns livros nas prateleiras que se constituem em espaço “nobre” em relação ao leitor que entra nela. A máxima “quem é visto é lembrado” aqui funciona como uma boa ferramenta de marketing, pois quem vai à livraria sem saber de antemão o que vai comprar, vai acatar as dicas que estiverem mais visíveis, com certeza. E os livros acabam vendendo, justificando a despesa da editora que pagou uma taxa à livraria para que o livro ficasse no caminho do leitor.
As editoras pagam taxas, também, para expor títulos seus em lugar de destaque nos sites das livrarias virtuais, pois a venda de livros on-line é uma realidade no Brasil.
Aí emerge a questão da qualidade da obra. Já aconteceu a você, leitor, de comprar um livro influenciado por propaganda, por estar semanas entre os mais vendidos, por estar exposto em lugar privilegiado na livraria que freqüenta e, depois de começar a lê-lo descobrir que ele não é aquela obra prima alardeada aos quatro ventos? Só que então o livro já foi comprado e vai engordar as estatísticas dos mais vendidos.
Isso não é muito raro, pois campanhas caras e eficientes são feitas, principalmente para os livros importados, que já vêm com o material de divulgação atrelado à obra. E um produto bem promovido e com apresentação impecável vende. É claro que o livro não é como um outro produto qualquer, pois você compra apenas um. Se fosse como um produto comum de consumo continuado, compraríamos um e, verificando que por trás da boa aparência não existe qualidade, não compraríamos mais. Mas livro a gente só compra um. Se o conteúdo não for bom, se não conseguirmos lê-lo todo, não há como devolver, ele já estará aumentando a quantidade de exemplares vendidos, aumentando o seu sucesso.
A gente aprende, com o tempo, a procurar saber alguma coisa sobre a obra antes de comprá-la, mas muitos são induzidos a adquirir títulos que farão com que se sintam frustrados, ao lê-los. Há quem compre o livro para ler apenas o prefácio e a orelha, para poder dizer que leu, mas isso é outra história.
Luta-se pela divulgação e distribuição do escritor regional, sem sucesso, enquanto campanhas milionárias, inclusive encarecendo o preço final do livro para o leitor, são feitas para obras que, às vezes, ou vendem-se por si só, porque são boas, ou não merecem todo o aparato em volta delas.
Gostar de ler é, também, saber escolher.
sábado, 7 de junho de 2014
Como vender um livro (ou Qualquer Outra Nova Ideia)
Um amigo meu está prestes a lançar um livro e está à procura
de novas ideias de marketing. Penso que isto o surpreendia: venda um!
Encontre uma pessoa em quem confie e venda-lhe uma cópia.
Gostou do livro? Ficou entusiasmado com o livro? Entusiasmado ao ponto de
passar a mensagem a dez amigos porque os pode ajudar a eles e não a si?
As tribos crescem quando as pessoas recrutam outras
pessoas. É desta forma que as ideias se propagam. Não o fazem por si, como é
lógico. Fazem-no uns pelos outros. A liderança é a arte de conceder às pessoas
uma plataforma para propagar ideias que funcionem. Se o livro do meu amigo Fred
se propaga, terá, então, um óptimo início. Caso contrário, precisará de um novo
livro.
Não podemos avançar para o Passo 2 se não completarmos o
Passo 1.
Espere. Pare.
O Passo 1 desfaz quase tudo o que pensava saber sobre marketing. O Passo 1 diz: se não tem um livro capaz de galvanizar uma tribo, se não tem um produto se que irá propagar, se não tem um serviço capaz de gerar paixão entre um grupo de pessoas, deverá parar o que está a fazer e começar de novo.
Acima de tudo, este tipo de pensamento muda o foco de
interesse do marketing.
O marketing está relacionado com a liderança, com a liderança
de uma tribo, com a montagem, a ligação e a interacção com um grupo de pessoas
numa determinada missão. O marketing é criar um movimento. Claro, poderá ver
esse movimento ao vivo numa loja da Apple. Mas também o poderá ver nas eleições
presidenciais e nos pedidos emocionados dos utilizadores do Basecamp à procura
de um novo item ou no caminho de se tornarem, eles próprios, mercados
emergentes.
As novas ferramentas das redes sociais não funcionam se
apenas gastar dinheiro nelas; funcionam quando inspiram paixão nas pessoas
(pessoas reais). E essa paixão é gerada por grandes produtos e uma liderança
visionária.
Uma longa e estranha viagem
Há quarenta anos atrás, Jerry Garcia e os The Grateful Dead
tomaram algumas decisões que mudaram o sector da música para sempre. Pode até
não pertencer ao sector da música e pode nunca ter assistido a um concerto dos
Dead, mas o impacto que os Dead tiveram afectou quase todos os sectores,
incluindo o seu.
Para além de ganharem centenas de milhões de dólares durante
as suas carreiras, os Dead ajudaram-nos a perceber a forma como as tribos
funcionam. Não foram bem sucedidos na venda de discos (apenas conseguiram um álbum
do top 40). Em vez disso, foram bem sucedidos em recrutar e liderar uma tribo.
Os seres humanos não conseguem resistir. Precisam de
pertencer a algo. Um dos mais poderosos e bem sucedidos mecanismos de defesa de
que dispomos é fazer parte de uma parte, é contribuir (e obter proveito) para
um grupo de pessoas que pensam de forma semelhante. Sentimo-nos atraídos pelos
lideres e pelas suas ideias e não conseguimos resistir o impulso de pertencer
ou a emoção da novidade.
Se um fanático dos Grateful Dead diz a outro
"2-14-70", fala num código quase secreto. Os sorrisos e abraços e
apertos de mão definem quem eles são... pertencer a uma tribo é uma parte
importante de como nos vemos.
Ao que parece, queremos pertencer não apenas a uma tribo, mas
sim a muitas. E nos derem as ferramentas e se facilitarem essa integração,
continuaremos a juntar-nos a várias tribos.
As tribos tornam as nossas vidas melhores e liderar uma tribo
é a melhor vida de todas.
O difícil tornou-se fácil
... e vice-versa.
Antigamente, era muito difícil lavrar um campo, extremamente
difícil de encontrar o aço necessário para construir um carro e muito difícil
fazer uma encomenda chegar de Nova Iorque a Cleveland, de forma atempada e a um
preço razoável.
Costumava ser muito difícil fundar uma nova empresa e ainda
mais difícil arranjar um nicho no mercado, de forma a convencer os consumidores
a encontrarem os nossos produtos. Costumava ser muito difícil gerir uma
fábrica.
Essas coisas agora são fáceis. Poderão ser mais dispendiosas
do que aquilo que gostaríamos, mas poderá pô-las numa lista de coisas a fazer
e, efectivamente, fazê-las.
Aquilo que agora é difícil é quebrar as regras. Aquilo que é
difícil é encontrar a fé para sermos hereges, procurar uma inovação e depois,
quando confrontados com muita resistência, liderar uma equipa e impor essa
inovação ao mundo.
As pessoas bem sucedidas são aquelas que são boas a conseguir
isto.
Quando a Los Angeles Philharmonic, uma das orquestras mais
prestigiadas no mundo, andava à procura de um novo maestro, tinham hipótese de
escolher de entre mais de mil individuais qualificados. Tratava-se de
indivíduos com experiência comprovada, experiente e internacionalmente
reconhecidos na condução de orquestras de forma tradicional.
Acabaram por contratar Gustavo Dudamel.
É um prodígio com 26 anos, oriundo da Venezuela, com um
currículo que em nada poderá ser comparado com os dos seus concorrentes mais
velhos. Não tem a experiência comprovada no desempenho de trabalhos passados. A
Los Angeles Philharmonic percebeu que, no entanto, poderiam sempre encontrar
alguém para fazer esse tipo de trabalho. Aquilo de que precisavam era de um
líder para ajudar a organização a alcançar novos públicos de uma forma
inovadora.
Pare um segundo e pense nas implicações desta decisão. De
entre um milhar de maestros qualificados (que compreendiam o status quo), a
orquestra escolheu um novato que procurava desafiar o status quo.
Os hereges alcançam este tipo de sucesso de uma forma
regular.
Aquilo que agora é difícil é quebrar as regras.
As pessoas bem sucedidas são aquelas que são boas a conseguir
isto.
Por que não você, por que não agora?
As barreiras de liderança já caíram. Existem tribos em toda a
parte e muitas procuram líderes. Isto cria um dilema: sem impedimentos, por que
não começar?
Um exemplo simples: há dez anos atrás, se quisesse publicar
um livro, precisaria de arranjar uma editora que aceitasse a sua ideia. Sem
editora, não haveria livro.
Hoje, como é lógico, pode publicar um livro completamente
sozinho. Basta visitar o site lulu.com e está feito. Sem que ninguém tenha que
concordar, a única coisa que resta são autores ainda sem publicações que apenas
não querem publicar.
A liderança agora é assim. Ninguém nos dá permissão ou
aprovação ou uma licença para liderar. Só tem o fazer. A única pessoa capaz de
dizer que não é você.
Continuemos por mais um pouco, portanto, e pensemos sobre o
quando. Tem o que é preciso para liderar? Precisa de mais poder, habilitações
ou dinheiro? Quando é que terá aquilo que precisa para começar a liderar uma
tribo?
Se alguém lhe desse duas semana para fazer aquele discurso ou
para escrever aquele manifesto ou para tomar aquela decisão, seria tempo
suficiente? Se duas semanas não são tempo suficiente, precisa de quatro, doze
ou mil?
Diz-me a minha experiência que os líderes não precisam de
esperar. Não existe uma correlação entre dinheiro, poder ou habilitações
literárias e liderança bem sucedida. Nenhuma. O John McCain foi o quinto melhor
aluno da sua turma (a contar de baixo) na Academia da Marinha. Howard Schultz
costumava vender aparelhos para a cozinha e acabou à frente de uma cadeia de
três lojas, dedicada à venda de café em grão, com pouco investimento
disponível, antes de a transformar na Starbucks. Ghandi não tinha,
aparentemente, nenhum poder como um advogado indiano que vivia na África do Sul
durante o apartheid. Esperar não compensa. Dizer que sim compensa.
Isto é inquietante.
Pensava que ia ler um pequeno artigo sobre marketing.
Poderia, talvez, estar repleta de dicas sobre como fazer montes de amigos no
Facebook ou quais as melhores palavras a utilizar num email para contornar os
filtros de spam. Talvez estivesse à espera de manobras que pudessem esticar o
seu orçamento para marketing, porque mesmo que o seu produto não seja grande
coisa e mesmo que o seu chefe seja um pouco chato, tem um trabalho a fazer. No
entanto, estou-lhe a falar sobre liderança e mediocridade e ligações e tribos.
É tudo tão aéreo. Tão vaga. Muita arte e pouca ciência.
Mas não é.
Aquilo a que assistimos, vez sem conta, é que a liderança
corajosa, mas barata, que cria movimentos apaixonados consegue sempre (sempre!)
derrotar as técnicas hierárquicas, medíocres, lentas e extremamente
dispendiosas a que nos habituamos.
Faça as contas.
Fonte: http://www.portal-gestao.com/item/2549-como-vender-um-livro-ou-qualquer-outra-nova-ideia.html
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